Beber álcool pode elevar o risco de desenvolver câncer de mama, e um estudo sugere que as sobreviventes de câncer de mama que consumam alguns poucos drinques por semana podem apresentar maior probabilidade de retorno da doença do que as pacientes abstêmias.

Pesquisadores da Kaiser Permanente acompanharam 1.897 mulheres que receberam diagnóstico de câncer de mama invasivo em estágio inicial de desenvolvimento, entre 1997 e 2000, avaliando seu consumo de álcool por meio de um questionário sobre uso de alimentos que as participantes mantinham atualizado com informações sobre o seu uso de 122 alimentos e bebidas.

Cerca de metade das mulheres reportaram uso de álcool; o vinho era a escolha mais popular. Depois de oito anos de acompanhamento, 349 das participantes haviam sofrido um retorno, e 332 haviam morrido, de câncer ou outras causas. Pesquisadores constataram que mulheres que bebiam o equivalente a três ou quatro porções padrões de álcool por semana - o equivalente a três ou quatro taças de vinho- apresentavam probabilidade 34% maior de um retorno do câncer de mama, se comparadas às mulheres abstêmias ou que bebiam pouco.

O risco era mais elevado entre as mulheres em pós-menopausa e entre aquelas que apresentavam excesso de peso. "Já foi demonstrado em estudos com animais que o álcool aumenta os níveis de circulação de estrogênio e acelera o metabolismo do estrogênio", o que pode causar o risco mais elevado de retorno do câncer de mama, afirmou a diretora científica do estudo, Marilyn Kwan, cientista na equipe da divisão de pesquisa da seguradora Kaiser Permanente, em Oakland, Califórnia, que apresentou o trabalho no simpósio sobre câncer de mama de San Antonio, realizado na semana passada.

Pode ser prematuro fazer recomendações clínicas, mas ela sugeriu que reduzir o uso do álcool era "um dos fatores modificáveis de estilo de vida que as mulheres que sofrem de câncer de mama deveriam levar em consideração".

The New York Times